Nas nossas festas, era ela quem preparava o bolo, os doces e salgadinhos. A gente sentava no sofá pra ajudar e, mesmo atrapalhando, ela arrumava uma tarefa que a gente conseguia fazer, como empanar as coxinhas ou ajeitar os salgados na assadeira. Era uma verdadeira linha de produção.
E por falar em comida, é um privilégio ter na mesa pães de queijo quentinhos todo fim de semana. Quando eu morei em São Paulo, a mala até ficava pequena de tanta coisa que ela colocava dentro, e não adiantava dizer que não precisava. Mas cuidado e paciência nunca faltaram, principalmente em todas as vezes que ela teve que fazer curativo em mim, mesmo com toda a minha birra. Eu até quis ensiná-la a aplicar vacina uns meses atrás, vê se pode. Quando eu lembrei que ela faz isso há mais de 30 anos, a gente se olhou e riu.
Aliás, essa é a nossa especialidade, olhar um pro outro e sorrir. Nós temos o humor parecido e, sempre que acontece algo, a gente se olha e solta a gargalhada. Seja por algo que passa na TV ou alguma trapalhada que alguém faz lá em casa.
São muitas coisas para escrever, histórias engraçadas, ensinamentos de vida e de luta, dos anos que ela saia de casa antes das 6h e voltava depois das 23h para sustentar nossa casa, de tudo que ela fez pelos meus avós paternos e tudo o que ela faz pelo meu avô materno, do exemplo de filha, mãe, irmã, sobrinha, amiga e profissional.
Mas como ela é objetiva, vou ser prático na mensagem:
Mãe, que Deus continue iluminando seu caminho, que seu muquitão seja cada vez mais forte para continuar a luta e que o seu sorriso te torne cada vez mais fofa.
Você é e sempre será uma princesa, uma rainha, uma joia, uma noiva.
Eu te amo, mesmo você escrevendo um F com canetão vermelho em todas as minhas cuecas pra não confundir com as do pai.